"Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem triste:
sou poeta!
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Nao sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.
Cecília Meireles (Rio Janeiro, 1901-1964)
Dedico-te este poema pela tua capacidade simples de viveres este momento
e a serenidade com que encaras a Vida... a cantar! quando
muitas vezes, a noite te impele ao silêncio!
FORÇA
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