"Não me interessa nenhuma religião cujos princípios não melhoram nem tomam em consideração as condições dos animais." (Abraham Lincoln)



quinta-feira, 30 de abril de 2009

"Até já!" para sempre...

Nunca se sabe onde está uma despedida.

Há despedidas que não são patentes.

Não se lhes percebe o estalo do afastamento, que pode estar no instante de mau humor, na resposta infeliz, na alegria que não se repete ou na palavra que deixamos de dar e receber.

Às vezes, está na palavra que dizemos.

Nem sempre as pessoas se separam: é algo que se afasta sem romper completamente.

Despedir-se é sutil, nem sempre aparece.

Seres em mutação, vivemos a mudar sem saber.
Na mudança, transforma-se em recordação o que antes era união e vontade, amizade ou convivência.

Tudo se faz retrato, álbum, caderno, poema, carta, saudade ou memória...

A despedida não é por querer: acontece a despeito.

Um simples "até já" pode conter inimagináveis nuncas.

Ou sempres.

Maravilhosa e cruel a vida!
Tudo pode acontecer.
As ligações, salvo poucas, fazem-se precárias e falíveis.
Nosso destino é preso a acontecimentos semicontroláveis. Ou impulsos, cansaços, e as discordâncias, são imprevisíveis.

E geram despedidas antes insuperáveis.

Ninguém sabe de quem se afastará. Nem quais as amizades e amores de toda a vida, nada obstante existam.

Raros captam a dor que estala em cada hipótese de despedida.

Separar-se contém sempre a hipótese da despedida. Por isso, uma dor sempre se infiltra em cada afastamento. Algo se assusta, escondido em tudo o que se separa. Ainda que para ir ali pertinho e logo voltar.

Quem viaja ameaça a despedida. "Partir é morrer um pouco". Dizem os franceses, e com razão.
Ainda que para encontrar-se depois, quem parte arrisca despedidas.

As grandes despedidas dão-se - contudo - sem que o percebamos.

As que sabemos e sofremos não são despedidas completas, pois a saudade e a memória hão de trazer de volta o sentimento genuíno que agora causa dor.

As grandes despedidas infiltram-se no quotidiano e nos actos corriqueiros de cada dia sem serem percebidas.

Muitos anos depois, vamos verificar que disfarçado em dia-a-dia ali estavam e estalavam saudades antecipadas, vários "nuncas" dos quais jamais suspeitamos.

Nunca se sabe onde está uma despedida.


A não ser muito depois...


(adapt. ACR) Artur da Távola

terça-feira, 21 de abril de 2009

Dizem...




Dizem que lágimas são o sumo que sai pelos olhos quando se espreme o coração...
Mas, obrigada Sininho, por perguntares!
Sem dúvida, por vezes sinto-me aquele soldado que, perdido algures no meio dos escombros, ainda crê encontrar o Amigo...
... pena é que muitas vezes já não sei se sou eu que procuro ou se espero que me encontrem!
Só Deus e os Anjos sabem...

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Um castelo...

"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes mas,
não esqueço que a minha Vida é a maior empresa do Mundo,
e posso evitar que ela vá à falência.
Ser Feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios,
incompreensões e períodos de crise.
Ser Feliz é deixar de ser vítima dos problemas
e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si,
mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua Alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da Vida.
Ser Feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um "não".
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho?

Guardo todas... um dia vou construir um castelo!"

Fernando Pessoa

(E neste momento tropecei numa das maiores pedras da minha vida e não me sinto Feliz o suficiente para construir o que quer que seja...
Talvez mais tarde...
Talvez quando acreditar que a separação é apenas é física e que, para todo o sempre, o Bernardo, a Filipa, a Oscarina, O Guilherme e a Ritinha farão parte da base desse castelo que será sempre só meu!)

sexta-feira, 3 de abril de 2009

"Os ventos que, às vezes, tiram algo que amamos
(que conseguimos por tudo que lutamos)
são os mesmos que nos trazem algo que aprendemos a amar.
Por isso, não devemos chorar pelo que nos foi tirado.
E sim aprender a amar o que nos foi dado.
Pois tudo aquilo que é realmente nosso
Nunca se vai para sempre."
'Fernando Pessoa'
E o Bernardo era só meu...

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Mais um Anjo...

O meu Bernardo é mais um Anjo no Céu...
... e eu não consigo dizer-lhe adeus!